O dom de maravilhas é uma das expressões mais impressionantes do poder de Deus revelado por meio do Espírito Santo. Ele representa a intervenção sobrenatural do Senhor nas situações humanas, quando o impossível acontece diante dos olhos e a glória é totalmente d’Ele. Esse dom não se limita a curas físicas ou acontecimentos extraordinários; é a operação direta de Deus em resposta à fé e à necessidade do Seu povo.

A base bíblica para compreender esse dom está em 1 Coríntios 12:7-10, onde o apóstolo Paulo declara:
“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil. Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia…” (1 Coríntios 12:7-10, ARC)
Nessa passagem, o apóstolo apresenta o dom de maravilhas como uma das múltiplas manifestações do Espírito Santo, concedidas “para o que for útil”. Isso significa que cada milagre produzido por meio desse dom tem um propósito específico: revelar o poder de Deus, confirmar Sua Palavra e edificar a fé dos que creem. Não é um poder humano ou resultado de técnicas espirituais, mas a atuação soberana do Espírito em favor da Igreja.
Desde os tempos bíblicos, as maravilhas foram sinais da presença divina. Quando o mar se abriu diante de Moisés, quando o fogo desceu no Monte Carmelo com Elias ou quando Jesus multiplicou pães e peixes, cada ato extraordinário teve uma função: apontar para a autoridade de Deus sobre toda a criação. Hoje, esse mesmo Espírito continua agindo, fortalecendo os corações e mostrando que o sobrenatural de Deus ainda é real e acessível aos que creem.
Assim como o Salmo 77 declara: “Tu és o Deus que fazes maravilhas; Tu fizeste notória a tua força entre os povos” (Salmo 77:14, ARC), percebemos que o dom de maravilhas é a continuidade da ação divina no mundo. No final deste artigo, explicaremos de forma mais profunda como esse salmo se conecta ao tema e o que ele revela sobre a atuação de Deus na vida dos que O buscam com fé.
O Dom de Maravilhas e os Sinais de Deus
O dom de maravilhas sempre esteve intimamente ligado aos sinais de Deus, que são manifestações visíveis do Seu poder para confirmar a fé e autenticar a Sua presença entre os homens. Enquanto os dons de cura estão diretamente relacionados à restauração física, os sinais abrangem um campo mais amplo revelam a autoridade divina sobre a natureza, o tempo, as circunstâncias e até sobre as forças espirituais.
O apóstolo Paulo reforça essa distinção ao afirmar:
“E a uns pôs Deus na Igreja, primeiramente, apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, doutores; depois, milagres; depois, dons de curar…” (1 Coríntios 12:28, ARC)
Essa passagem deixa claro que os milagres ou “operações de maravilhas” ocupam um papel central entre os dons espirituais, sendo meios pelos quais Deus demonstra Seu poder soberano. Os sinais não existem para impressionar, mas para convencer o coração do homem da veracidade da Palavra e direcionar toda a glória ao Criador.
Ao longo das Escrituras, observamos inúmeros momentos em que esses sinais confirmaram a fé dos servos de Deus. Elias, por exemplo, clamou ao Senhor e o fogo desceu do céu sobre o altar, levando o povo a reconhecer: “Só o Senhor é Deus!” Já no Novo Testamento, os apóstolos oravam e “muitos milagres e prodígios eram feitos entre o povo” (Atos 5:12, ARC), mostrando que o mesmo Espírito que operou no passado continua agindo com poder no presente.
Os sinais de Deus são, portanto, respostas do céu que fortalecem os crentes e despertam os incrédulos. O dom de maravilhas é o canal por meio do qual o Espírito Santo rompe os limites do natural e torna o invisível perceptível. Quando a fé é acompanhada por sinais, o Evangelho deixa de ser apenas ouvido ele é visto em ação.
Assim, compreender o dom de maravilhas é reconhecer que cada sinal de Deus carrega uma mensagem espiritual: Ele ainda governa, ainda fala e continua operando em favor dos que O buscam com fé sincera.
O Dom de Maravilhas e a Fé que Move Montanhas
O dom de maravilhas não pode ser compreendido sem o elemento essencial que o ativa: a fé genuína. É pela fé que o sobrenatural de Deus se manifesta e o impossível se torna realidade. A fé é o canal por onde o poder do Espírito Santo flui, ligando a confiança do homem à vontade divina. Quando o coração crê plenamente, o céu se move em resposta.
Jesus deixou isso claramente ensinado aos seus discípulos:
“E Jesus disse-lhes: Por causa da vossa pouca fé; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível.” (Mateus 17:20, ARC)
Essa declaração revela que a fé, mesmo em pequena medida, possui um potencial ilimitado quando depositada em Deus. O dom de maravilhas atua justamente nesse terreno fértil da fé viva não se trata de uma confiança emocional ou passageira, mas de uma convicção profunda de que o Senhor tem poder para agir além das circunstâncias.
Ao longo das Escrituras, vemos que a fé sempre antecede o milagre. Moisés estendeu a mão sobre o mar antes que as águas se abrissem. Josué marchou em silêncio ao redor de Jericó antes que os muros caíssem. Pedro deu o primeiro passo sobre as ondas antes de andar sobre elas. Em todos esses exemplos, a ação humana foi sustentada pela certeza de que Deus cumpriria Sua palavra.
O mesmo princípio se aplica hoje. O dom de maravilhas se manifesta quando o cristão escolhe depender totalmente de Deus, mesmo diante de impossibilidades. Quando a fé é firme, o medo perde força e o impossível se transforma em testemunho.
Assim, compreender a fé como fundamento desse dom é reconhecer que Deus continua operando com poder na vida dos que creem. Ele não mudou, e Seu Espírito ainda move montanhas quando encontra corações dispostos a confiar plenamente em Sua Palavra.
Como o Dom de Maravilhas Atua na Vida do Cristão
O dom de maravilhas não pertence apenas às páginas da Bíblia ele continua sendo uma realidade viva na vida dos que andam em comunhão com o Espírito Santo. Essa manifestação divina pode ocorrer de diferentes formas, sempre com um propósito específico: glorificar a Deus e fortalecer a fé do Seu povo. No entanto, é essencial compreender que esse dom não é fruto de esforço humano, mas resultado da ação soberana de Deus em corações obedientes e humildes.
Em nossos dias, o dom de maravilhas pode se manifestar em situações em que o poder humano não é suficiente: curas inexplicáveis, livramentos extraordinários, provisões inesperadas ou até respostas que desafiam a lógica. Tudo isso acontece quando o cristão se coloca como instrumento nas mãos do Espírito Santo, sem buscar reconhecimento pessoal.
Por isso, é indispensável exercitar prudência e discernimento espiritual. Nem todo acontecimento surpreendente vem de Deus, e a Bíblia ensina que é preciso provar os espíritos para saber se procedem do Senhor. O verdadeiro dom de maravilhas jamais contradiz as Escrituras nem promove a vaidade humana; ele conduz o coração à adoração e à reverência.
A humildade é o terreno fértil onde esse dom floresce. Deus não se agrada de corações orgulhosos, mas se revela àqueles que O servem com simplicidade e amor. Quando o cristão aprende a depender do Espírito Santo, reconhecendo que todo poder vem do alto, ele se torna canal para que o sobrenatural se manifeste de forma autêntica e edificante.
Assim, o dom de maravilhas atua hoje como uma expressão da graça divina, lembrando-nos de que o mesmo Deus que abriu mares e ressuscitou mortos continua agindo entre nós. O segredo está em viver com fé, sensibilidade espiritual e total rendição à vontade do Espírito.
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O Dom de Maravilhas e o Propósito de Deus na Igreja
O dom de maravilhas tem um propósito sublime dentro do corpo de Cristo: revelar a glória de Deus, confirmar a verdade da Sua Palavra e fortalecer a fé da Igreja. Cada milagre operado pelo Espírito Santo é um testemunho vivo de que Jesus continua presente e atuante entre os Seus. Assim como no tempo dos apóstolos, o poder divino ainda se manifesta para lembrar ao mundo que o Evangelho não é apenas mensagem, mas também demonstração do Espírito e de poder.
O apóstolo Paulo deixou claro que todos os dons existem “para o que for útil” (1 Coríntios 12:7, ARC). Isso significa que o dom de maravilhas não é dado para vaidade, competição ou espetáculo, mas para edificação mútua e testemunho do amor de Deus. Quando um milagre acontece, a Igreja é encorajada, os descrentes são impactados e o nome de Cristo é exaltado acima de tudo.
Entretanto, esse dom deve ser buscado e exercido com reverência e amor. O Espírito Santo não habita em corações que buscam destaque pessoal, mas naqueles que compreendem o verdadeiro propósito da graça: servir e glorificar a Deus. Por isso, cada cristão é convidado a desejar os dons espirituais, mas com o foco correto ser instrumento útil nas mãos do Senhor para o bem do próximo e a expansão do Reino.
Essa compreensão se conecta de forma harmoniosa com o Salmo 77:14, que declara:
“Tu és o Deus que fazes maravilhas; Tu fizeste notória a tua força entre os povos.” (Salmo 77:14, ARC)
O mesmo Deus que operava maravilhas no passado continua fazendo hoje. Cada ato sobrenatural é uma lembrança de que Ele não mudou Seu poder permanece o mesmo, e Sua vontade é tornar a Sua força conhecida entre todas as nações. Assim, quando o dom de maravilhas se manifesta na Igreja, ele cumpre exatamente esse propósito: glorificar o nome de Deus e revelar Sua presença viva no meio do Seu povo.
Que cada leitor encerre esta reflexão com o coração disposto a buscar o mover do Espírito com fé e humildade, permitindo que as maravilhas de Deus se tornem um testemunho constante da Sua grandeza.




